sábado, 16 de abril de 2011

Memórias de mim...

Escrever em palavras as memórias presentes, como forma de dominar e rasgar o silêncio. Na verdade, minhas palavras devem acentuar o silêncio que viveu estampado em meu interior por tanto tempo!
Não é que não gosto do silêncio, pelo contrário, é no silêncio que procuro sentido no mais profundo de mim. E ele também é o imenso espaço interior onde a presença do Amor procura a minha própria presença. Amo o silêncio assim como Gonçalves Dias descreve nesses versos; “Como se ama o calor e a luz querida, a harmonia, o frescor, os sons, os céus, silêncios e cores, perfumes e vida, os pais e a pátria e a virtude e a Deus”.
Sempre fugi dos “mundos cheios de lógica”. O mundo real me choca, porém a obrigação de estar inserida nele fez-me fechar meu mundo secreto... Hoje recorro a esses escritos, sem pretensão de ser escritora, só quero por instantes usar minha expressão, poder exteriorizar minhas memórias que, por vezes, são abafadas e sucumbidas frente à gigantesca força da Realidade. Aqui vou deixar de ser única, e vou resgatar meus muitos “eus”. Capturar de mim as essências, as lembranças, os cheiros e fragrâncias, as cores... Serei mutações e detalhes, detalhes de cada um EU em mim.
Eu sei que será sempre de silêncio que “cobrirei a nudez difícil das horas” em que o desespero me vence. E será sempre de “ilusões floridas” que “cobrirei meu rosto” para salvar-me da crueldade dos dias. Porém aqui, buscarei serenamente livrar-me das “farpas” do meu passado, e do presente destino!

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