Questionar e investigar o que é pressuposto, ou simplesmente dado, exige coragem. Por isso, costuma-se dizer que as perguntas, são mais importantes do que as respostas. Mas, onde estão as perguntas?
Buscam-se respostas para tudo; em análises psiquiátricas, em psicologias variadas, em livros de auto-ajuda, em casas esotéricas, em religiões diversas, etc. No entanto, perguntar “o que” cada coisa, ou o valor, ou a idéia, é, não faz parte do cotidiano da grande maioria. Perguntar qual é a realidade, ou a natureza e qual é a significação de alguma coisa, não importando qual a resposta, mas sim, indagar qual é a estrutura e quais são as relações que constituem uma coisa, uma idéia ou um valor. Buscar o dom do questionamento para não ser enquadrado no mínino espaço de uma resposta.
As perguntas incomodam porque se deve saber pela origem ou pela causa, adentrando, muitas das vezes, ao nosso próprio pensamento, interrogando-se a si mesmo. Indagar como é possível o próprio pensamento. Refletir como adquirimos conhecimentos, ou se sabemos realmente aquilo que supomos saber. Por isso que, perguntar transtorna, pois você reconhece a própria ignorância. A afirmação “só sei que nada sei” só pode ser feita por alguém que já exerceu uma autocrítica, que já se debruçou sobre as bases de seus conhecimentos e os avaliou de modo adequado, e por isso questiona!