domingo, 18 de dezembro de 2011

PERGUNTAS INCOMODAM!!!

Há muito percebo que os questionamentos trazem desconforto. Vivi-se uma era democrática, um momento histórico, em que há uma avalanche de informações ao acesso de todos, porém, as perguntas incomodam. Observo que as indagações estão cada vez mais presas no silêncio das respostas não dadas. A sociedade caiu num marasmo estático, que assusta!
Questionar e investigar o que é pressuposto, ou simplesmente dado, exige coragem. Por isso, costuma-se dizer que as perguntas, são mais importantes do que as respostas. Mas, onde estão as perguntas?
Buscam-se respostas para tudo; em análises psiquiátricas, em psicologias variadas, em livros de auto-ajuda, em casas esotéricas, em religiões diversas, etc. No entanto, perguntar “o que” cada coisa, ou o valor, ou a idéia, é, não faz parte do cotidiano da grande maioria. Perguntar qual é a realidade, ou a natureza e qual é a significação de alguma coisa, não importando qual a resposta, mas sim, indagar qual é a estrutura e quais são as relações que constituem uma coisa, uma idéia ou um valor. Buscar o dom do questionamento para não ser enquadrado no mínino espaço de uma resposta.
As perguntas incomodam porque se deve saber pela origem ou pela causa, adentrando, muitas das vezes, ao nosso próprio pensamento, interrogando-se a si mesmo.  Indagar como é possível o próprio pensamento. Refletir como adquirimos conhecimentos, ou se sabemos realmente aquilo que supomos saber. Por isso que, perguntar transtorna, pois você reconhece a própria ignorância.  A afirmação “só sei que nada sei” só pode ser feita por alguém que já exerceu uma autocrítica, que já se debruçou sobre as bases de seus conhecimentos e os avaliou de modo adequado, e por isso questiona!  

domingo, 11 de dezembro de 2011

É PRECISO RETIRAR-SE!!

E se acreditarem que estou com medo, é falso! Eu só dei férias a meu coração um tanto quanto cansado. E se disserem que é errado... Esperarei!
Vou respirar um pouco do sopro do meu silencio, este que me impulsiona para dentro da alma. Caminharei pelo vale da minha mente, andarei sobre as águas do meu mar e armarei a grande vela que desliza sob o vento.
Farei com que meu coração deixe a terra opressora. Vou encontrar minha estrela e a seguir por um instante... E se acharem que não amarei mais, direi; é apenas uma pausa, uma trégua depois dos perigos em que me expus.
Se questionarem sobre meu esquecimento; escute e abra os braços para os ventos da noite, feche os olhos e minha brisa tocará seu rosto. Irei invocar toda a magia, estarei nessa linha tênue que encobre o mundo real, e onde criaturas presentes permanecem ocultas. Buscarei o equilíbrio e resgatarei a minha sagrada unidade. Encontrarei a paz, através do misterioso silencio que me envolve como uma névoa de prata. Revolverei a terra do meu coração, ativando sua fertilidade. Uma gotícula de água pura espalhará em forma de cascata, resgatando-me o ânimo. Um fogo sagrado expulsará os tolos tormentos do meu caminho. Os segredos da mente se revelarão como num transe ascendente. Somente alguns percebem e poucos entendem o torvelinho que nos envolve nesse instante. O silencio faz com que a magia solta ao vento, adentra os corações, despertam emoções adormecidas e jamais esquecidas. Faz com que a semente do amor traga novas lições, germinando uma era de esperanças renovadas.
Fugir para esse abençoado universo paralelo e sagrado, onde tudo é uma simples questão de tempo, é meu objetivo. Vou alinhar-me aos eternos campos verdes e ao céu anil, ficar muito além do tempo e da ilusão. Uma vez mais, renascer nas águas cristalinas da fonte sagrada que purifica meu coração.

domingo, 20 de novembro de 2011

O estigma da alma.

Os sinais são percebidos pelo meu consciente; há algo de extraordinário ou mau sobre a minha existência. Esses sinais parecem feitos com cortes ou com fogo em minha alma, e avisa; sou uma escrava, uma criminosa, uma traidora. Uma pessoa marcada, ritualmente poluída, que deve ser evitada. Ironicamente esses sinais fazem-me admirada, e não obstante, às vezes, divina. Tomam a forma de flores em erupção sobre minha pele. Mas, esses sinais são mais evidentes à própria desgraça do meu coração partido, que sempre cai no rio amargo da desilusão.  Minha alma solitária se afasta para o mar. Coloco minhas apostas e, em seguida, pago o preço. São tantas coisas que faço por amor!
A comunicação entre eu e o mundo é o problema para as respostas que tanto busco. O tempo vira todas as páginas e já não sei onde escrever minha história. Ando na chuva e na neve, pois não há lugar para o calor. Sinto que uma parte de mim está morrendo, e procuro uma resposta nos olhos das pessoas. Sinto-me rastejando no chão em busca de um compromisso, certamente, ajudaria se eu encontrasse verdades nas coisas que faço por amor.
Uma alma estigmatizada aflige como lepra. Esse estigma é escrupulosamente invisível e conhecido só por mim que o possui. Sei que minha estrada me levará adiante tanto quanto eu poder ser. Mas, as pistas são sinuosas, cheias de montanhas e curvas. Pergunto-me; onde será que todas essas desventuras me levam? Mas, já sei a verdade, não há nenhum final de jornada, a viagem continua... E meu coração sonha; ele brilha onde ele está, e quanto mais eu penso nele, quanto mais eu penso; se eu o tivesse agora, voltaria a ser como antes de todos esses sinais, que marcaram minha alma...


domingo, 13 de novembro de 2011

Já chorei o suficiente!!

Saio ao acaso outra vez; a luz do sol enche meu horizonte. Não estou aqui por minha conta, há uma força maior que me leva para longe, a paixão entra pela porta do coração outra vez. Todas as minhas lágrimas foram congeladas, após estes anos nesta dor, meu coração foi finalmente recolhido para bater um pouco mais rápido. Agora que sinto o despertar, não olho para trás mais. Estou misteriosamente em pé do lado bom da minha alma, e toda lembrança é apenas momento. A tristeza vai desaparecendo e é por paixão que eu me apaixonei. Não irei reescrever uma história, nem reinventar, nem reviver amor algum, isso parece insano. Quero o novo. E como poderia sentir pena pelo erro que tantas vezes cometi? A luz que vem de dentro é mais forte do que eu, e já chorei o suficiente pelo tempo precioso que perdi. Aprendi que sem paixão as coisas ficam muito difíceis, e que não posso me arrepender de senti-la, apesar de a maioria dos meus sonhos serem uma bagunça; o que não me mata, de fato me ensina. A vida é um grande jogo de xadrez, e embora eu acredite no futuro, e tenho também em mente todo o passado, estou vivendo no presente. Não me importo com o resto.
O que me move é o êxtase, a euforia, a apreensão, os dias inquietos, as noites insones... Este envolvimento é tão forte e invasivo que, sei, pode me levar a ignorar algumas obrigações cotidianas, além de me induzi a fazer sacrifícios e a tomar decisões radicais. Por essa razão, e pelo ardor do desejo, ela, a paixão, sempre foi considerada, por muitos, perigosa, mas não é para mim!
Tanto porque, como enxergar o caminho sem essa luz? Não serei como poetas que cantam o amor feliz, harmonioso e tranqüilo. Sei que o romance só passa a existir, unicamente, onde o amor é fatal, proscrito, condenado... O que fascina são as provas, os obstáculos, as proibições, pois essas são as condições da paixão.
Só um coração forte, sabe que o desejo e o sofrimento fazem-nos sentir vivo, proporcionando muitas surpresas.
Então eu sei, necessito-o não como é no real, mas como instrumento que torna possível viver uma paixão ardente. Gosto é de ser envolvida por sentimento intenso, e que por ele anseio, apesar de fazer sofrer. Não preciso da sua presença, mas da sua ausência, porque sei minha paixão acaba logo, porque já chorei o suficiente!

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Sempre há vida dentro.

Ouço sons como tambores distantes. Percebo a batida do meu coração pulsando baixo, vindo de dentro à pulsação de um coração perturbado que ainda não conheceu a paz. A escura noite parece envenenar a piscina da liberdade. O mundo real se tornou uma ferramenta, um opressor que fere.
Quero fugir, caminhar pelos montes, para onde minha fantasia é livre. Quero permanecer nos picos da ilusão que tocam o céu, e nas rochas dos sonhos que encontram o mar, na imaginação onde os rios correm livres e a água é dourada pelo sol que aquece minha alma.
Mas, permaneço. Meu coração é forte e me guia. Aprendi a fazer meus ouvidos crescerem surdos para as palavras vazias, pois há vida somente dentro. Fecho os olhos para agitação da realidade, e um silêncio quebra o grito. Meu coração conturbado acalma, me elevo como se voasse acima desta terra. A minha estrada sempre me leva adiante, porque meu mundo interior transporta-me para além das tempestades. Qualquer que seja meu medo, a jornada por onde ando, continua a medida que meu amor se aproxima do divino que há aqui dentro.

domingo, 2 de outubro de 2011

THE LOVE MUST MAKE US STRONG

Caminho na noite escura, azul. Olho o céu; estrelas podem sempre guiar nosso caminho. O luar está dançando sobre as ondas no meio do mar, e as estrelas do céu paira em uma galáxia brilhante... Então ouço uma voz, que parece vinda dos longos séculos, ela sopra em forma de uma canção; a vida deve ser brilhante como uma estrela da manhã... O amor deve nos fazer fortes!
As pedras em que tropeço, e o fogo que queima minha alma vão se desfazendo enquanto ouço a música que vem do mar. Uma brisa suave transforma meus sonhos em imagens dançantes, sinto dentro de mim toda a eternidade.
Quando o dia chegou, a areia estava brilhando vagamente na luz da manhã, e a noite foi dançando nas dunas distantes... Ela guardou para mim uma música tão doce, tão longa... Deitei-me até o raiar do dia.
Porém, o sol estava nascendo no céu do leste, e assim, pus a chorar o meu deserto. Chamei, desejando voltar para casa, para o sonho, para música... Porém, já era hora de armar as tendas da realidade, seguir a vida sem amor e com todos os medos. Cruzar os leitos dos rios gravados em pedra, escalar montanhas poderosas e nos vales sentir o calor das chamas do desengano.
Mas, o que é essa vida que me puxa para longe? Que lar é esse, onde não posso residir? Essa busca me puxa para frente, meu coração fica cheio quando o amor está ao meu lado, minha mente se afasta dos anos de raivas e de lutas, de toda a miséria humana, de todos os resíduos da vida... Pergunto-me; que força é essa que me distancia da dor?
Lembrei das estrelas acima, da voz, da canção... É o divino que posso encontrar dentro de mim!
Não preciso viajar oceanos, nem ouvir seu nome, que muitos chamam com a espada do ódio. Outros usam o seu nome para a glória, alguns usam para o seu ganho... Não, não preciso de um nome! Eu apenas sinto com a liberdade da mente, e sei que o amor deve nos fazer fortes. Quando ouço sua canção na noite e fecho os olhos, os medos passam. Como se fosse a última estrela que brilha em um momento mágico, percebo então, esse momento é minha oração. A presença divina é o luar que estava dançando sobre as ondas, as estrelas do céu pairando no meio do mar... Essa é presença que me puxa para frente, que me faz entender que o amor deve nos fazer fortes!


domingo, 18 de setembro de 2011

Você me levou para baixo!

Alguém disse uma vez; "você teve o seu nome nas luzes brilhantes dos meus sonhos, vi sua fotografia na revista da minha vida”. Mas, o tempo veio caindo, e o meu nome foi feito para um sonho de momento!
Ele disse que eu seria sua estrela, mas os muros são derrubados, para baixo... O tempo veio caindo... Você me levou para baixo!
Sou a estrela, que só, sempre só, não vai muito longe... Os sonhos estão desmoronando? Porque eu acreditei... Porque você disse que seria sua estrela... E depois fez tudo ruir, para baixo. Você me levou para baixo!
Quero rasgar o tempo, esquecer meu nome... Deitar-me no jardim do meu infinito cansaço, perder-me na ausência de minha alma, ouvir somente meu silencio no vazio, deixar-me cair no caos, na loucura das incertezas... Suas palavras vãs, como folhas caídas... Piso nessas folhas secas, penso na minha estação primeira, na minha primavera de flores... Não sei quantas vezes subi o morro dos sonhos... Mas o sol está sempre me queimando, vou me acabando, caindo para baixo. Estou presa nas amarras de um acreditar sempre. Nego-me a despir das verdades.
Meu nome não é mais a estrela dos seus sonhos, sou uma folha rasgada, num tempo esquecido, voando no vento das palavras amargas. O vento varrendo a magoa... Até a brisa soprar novamente meu nome no tempo, que resgata a ternura, que brilha nas luzes de outros desejos, que me ergo de onde você me levou para baixo...

domingo, 17 de julho de 2011

Te amo no meu silêncio...

Porque eu vou cuidar de você, vou amá-lo de qualquer maneira. Verá que muitas aventuras vão acontecer. Diga-me todos os seus desejos e vamos dançar nos lençóis dos sonhos, vamos dançar por um tempo. Considere este deslize que me trouxe até você... Todas suas fantasias estou aqui para torná-las verdadeiras. Pode ter tudo de mim. Você sabe que uma mulher como eu é difícil de encontrar, e aposto que nunca conhecerá alguém que pode te amar mais. Há um lado meio “bruxa” em mim, e eu posso ler sua mente. Minha luz vai te guiar para casa e incendiar seu ser. Vou tentar consertar você, minha decisão é fazê-lo confiar em mim. Sou louca quando está perto, e fecho meus olhos para te sentir melhor ao meu lado. Quando me beija, sei que uma vez na vida você é meu. Quando me toca, queimo por dentro dando tudo que tenho, e sou o seu amor nesse instante. É meu amante tão doce, e estou tão limpa com seus lábios em minha pele, fico tão doce também... Só peço que não apague minha luz e me deixe no escuro. Não quero ser deixada sozinha, não quando estou tão perto de você. Eu acho que é apenas difícil para você mostrar o contrário do que me disse em suas palavras. Nós nunca optamos por manter o que temos, e eu pensei somente em deitar e fechar os olhos, nunca me ocorreu que eu pudesse já estar dormindo. Não me acorde! Deixa meu corpo te chamar no silêncio do mar de meus desejos, deixa eu te comunicar meu amor através de meus beijos... E, então esse silencio irá te trazer até mim sempre...

terça-feira, 12 de julho de 2011

É tentador!!!

O amor é lei no meu templo vazio. De graça caio. Ainda me afogo em lágrimas de dor, quando olho para dentro. Tantas chances e essa fome insaciável... No entanto, vivo o lado de fora, buscando não olhar no meu intimo. Evito perguntar; por que não podemos encontrar o amor novamente? Por que não deixar chover?
Percebo que a vida está me mudando. Torno-me imprevisível... Entrego-me e deixo cair num labirinto, onde sou amante sangrando nos inúmeros rios, fontes, lagos e mares deste “mundo” que é azul só na aparência e na ilusão; na essência, é vermelho.
Então vivo, sem buscar compreender os mistérios quando compartilho contigo meu útero, minha essência. Pois sei que em suas mãos, sou feita de carne, sou a almofada aveludada onde repousa suavemente. Não olho mais para dentro de mim, onde num oceano profundo todos os meus sonhos navegam. Não, vivo fora! E em silencio dôo meu amor que é Vida. Então, meu “oceano” respira, concebe, e nele irmana meu ser e o seu. É minha sua respiração,  cada gemido do teu prazer, é meu. Esse momento é todo meu presente, passado e futuro. Sinto a vida que pulsa em minhas entranhas, sinto o bater do meu coração em tuas veias. É indizivel o que sinto, uma especie de expressão do nada, pois o meu calar é significativo, expressa aquilo que não posso dizer... Confusão!!!
Então, apenas sinto. Minha alma está nua, fora despida pelo amor. Quando ele desnudou-me, colou-se em minha pele e me amou, o amor andou dentro de mim. Vejo-me em meu templo agora, descalça, em liberdade, sem culpa, sem medo ...

sexta-feira, 24 de junho de 2011

“You complete me”

Quando nossos caminhos se cruzaram, logo descobrimos uma amizade “yin e yang”. Fizemos arranjos, releituras das nossas formas, até descobrir que a harmonia é essencial. E que duas cores de composição diferente, pode se relacionar entre si. Quando ajustadas, pode tornar-se um todo unificado: uma cor depende grandemente do contraste com a outra, para mostrar sua beleza no contexto, no espaço e no tempo.
Olha minha amiga, no desenho da vida, ora identifico-me yin e você yang, ora somos o oposto, mas há sempre uma energia nesses extremos que nos uni. Pois, quando a luz é luminosa e intensa demais, nada melhor que o extremo de outro. Precisamos das duas energias, que se altera pela colocação de outra, de modo que, o que era “quente” pode se tornar frio, e o que era “frio” pode se tornar quente. Veja como o preto parece ser mais escuro sobre o branco, e este, mais claro sobre o preto. Os valores claros parecem aumentar o tamanho dos objetos. O preto e os valores escuros diminuem o exagero do branco. Nossa amizade é assim: sou o branco e seus valores claros que refletem “as cores” da vida e parece que intensifico essas “cores” que se aproximam. Você é o preto que absorve “as cores escuras” da vida e as reduz, tornando-as mais suáveis. O meu “branco” sugere distância, o seu “preto”, aproximação... E as duas unifica e harmoniza.
Dizem que existe um fenômeno visual interessante: quando se fixa os olhos numa cor durante certo tempo, substituindo a cor por um campo branco vemos sua cor complementar... Quantas vezes fixei os olhos em você, e agora quando olho para mim, enxergo tanto de você... Olhe para essa figura; qual me representa? Qual representa você? Já não sabemos... Essas cores combinam nossos valores numa escala monocromática. Nossa amizade é formada numa só frequência. Minha cor ao ser misturada gradativamente a sua, perdeu a intensidade, sendo dominada por seus valores. Na sua, ao adicionar a minha, a intensidade diminuiu, e com a ausência de nossos extremos, existe um valor intermediário na nossa amizade que corresponde à harmonia. E esta permite, enfim, este resultado agradável e calmo...
É, posso concluir, que nossas diferenças na vida, assim como num, “tabuleiro de xadrez”, sugere que ficamos sempre atentas, e toda vez que surgir um problema, que nos lembramos de colocar alguns elementos a mais em nossas cores complementares. Pois, no fundo, é este contraste que dá vivacidade a essa tão rica AMIZADE!!!

terça-feira, 14 de junho de 2011

As nuvens que há em mim

Sinto-me arrastando, às vezes, como o mar em sua imensidão escura e revolta. O vento ecoa as tempestade e suas convulsões, e sinto que em mim, expande todas as paixões. Mas, de repente, me dissolvo como se fosse ar... Sou triste como o sol de outono. Há momentos em que me sinto como uma tela desenhada por um artista aflito. Nela reflete uma noite velada e triste. Um abismo infinito me embala, sou um espelho austero, mar calmo, escondendo nas profundezas, meu desespero!
Então me lembro de você doce amante. No fundo das trevas de minha alma, penso no instante que não vivemos e que não morreu! Você revela meus tesouros silenciosos, na proposta aberta de uma entrega macia, onde posso sentir asas de anjo, em seu toque a minha pele... Ouço minha própria voz, que frágil, treme ao saber dos enganos contidos no profundo oceano de seus olhos escuros! E mesmo assim, cresce dentro de mim o desejo como véus de neblina... Eu quero você!!! Quero o calor livre que nos faz ainda mais fortes, o amanhecer que define nós dois em pedaços, e que só um amor de verdade pode juntar, enquanto a noite dá lugar a clara luz da manhã.
Ah, meu querido, ajuda-me a esquecer que aqui na Terra é tudo engano. Que sempre há quem nos iluda e revela o egoísmo humano. Entenda doce amante, que ser Bela na alma é um ofício cujo preço é alto. Semear amor nos corações é sucumbir ao pranto, pois ao sermos esquecidos, precisamos arremessar-los a um canto. E se finda o amor, vem a saudade e lança-me a tristeza eterna! Então fica sempre em mim, um pouco dos que se vão, e resta este silêncio noite afora... Mesmo assim, não tenho medo; devo colocar-me à disposição do amor. Posso cair diante do amor, mas também posso me erguer acima. Pois, o medo pode me parar no caminho, já o amor pode parar os medos! Só digo que não é assim sempre... Há essas nuvens, às vezes, e eu preciso de você, do seu sol...

sábado, 28 de maio de 2011

Meu melhor amigo!

Sinto saudade de onde nunca estive. Vejo uma paisagem bela, sinto a exuberância da natureza, e a brisa em meu rosto parece dizer; esse é um bom dia para morrer! Mas, aí lá longe, além de um farol, um fio de fumaça vem subindo no mar e então o navio aparece... E com cada novo dia, novas promessas. É um belo dia para ver...!!! Cada último dia para mim é um lindo dia. O último dia para mim é um lindo dia!!!
Só quero fechar os olhos e saber que não fui infantil e injusta para com você, meu único amigo. Não lamentar que agora seja tarde demais, que eu não posso te mostrar mais as coisas que aprendi com você, porque a vida já me levou... Não, não vou perguntar mais, por quê? Porque sei, ninguém me dará uma resposta. Só eu posso te ver, e por muitos dias vamos nos encontrar novamente, e então vou lhe pedir: por favor, não me dê todas as respostas! Porque não posso estar tão cega para não enxergar quem está sempre do meu lado. Que os que são bons, estes não desaparecem! Não posso viver perguntando o porquê, quando não há ninguém que me dá uma resposta... Eu não preciso de respostas, porque sinto você meu único amigo... Que sempre vai pensar em mim como sua melhor amiga. E eu sempre penso em você. Eu não estou reclamando... Eu sempre vou te sentir. Sinto sua vibração, mesmo que eu nunca te alcance, posso te sentir em seu éden... Eu sempre penso em você em seu éden, meu amigo... Meu Anjo protetor!

domingo, 22 de maio de 2011

Não estar sozinha e ser sempre só!!!

Um dia na faculdade assisti o filme “El Laberinto del Fauno”, uma espécie de fábula sombria e cheia de metáforas, e me dei conta; mesmo depois de não ser mais uma menina amante de literatura fantástica, existe dentro de mim um enorme labirinto, onde realidade e fantasia se completam em um verdadeiro universo místico.
Meu universo onírico não delimita o que é fantasia ou realidade. Ele me aponta caminhos e deixa que eu embarque nessa viagem chamada vida! Há em mim o contraste dos dois mundos: um acredita em fadas, anjos, lendas, mitologia... E lá se esconde fugindo da realidade. E o outro, que apesar de toda a desilusão, ainda vê esperança no mundo caótico em que vivemos. E essa dualidade é talvez a melhor maneira de escapar de uma realidade dura, ou seja, criando um mundo de fantasia... Porque vivo sempre com a impressão de que os “humanos racionais” são verdadeiros vilões que envolvem o universo com as duras cercas do mundo real, e não admitem os “toques surrealistas”. Estes são produto de um mundo rígido e fascista, com ideologias baseada no egoísmo e no poder que os tornam individualistas. Psicologicamente, é o resultado de uma relação agressiva e abusiva para com os demais...
Eu acredito em sonhos e fantasia, pois esses sentimentos e características são vitais para o desenvolvimento verdadeiramente humano! Porém, me sinto sempre só, pois não me vejo em ninguém. Essa realidade sem fantasias, em que o mundo está mergulhado, torna as pessoas absolutamente frias. Então, quando a dor e a tristeza vem ao meu encontro, recorro ao meu mundo místico como forma de abrigo e envolvo meus sonhos. Pois a frieza e indiferença das pessoas criam-me dúvidas a doer o peito e a alma. A me ferir como venenoso espinho! Se permaneço nesse mundo, que chamam de real, torno-me ainda mais só em meu campo nebuloso de conflitos, de revoluções ocultas em meu íntimo. Travo ferozes batalhas com meu destino e nesses instantes estou sempre só, não tenho viva alma a me socorrer, se quer um sorriso amigo, uma palavra, um alento... É por isso que entro e caminho para dentro do meu labirinto, e lá me encontro com os anjos, fadas, deuses... Não estou mais sozinha, encontro força divina!

segunda-feira, 16 de maio de 2011

FLEURS DU MAL


A quem rouba minha inocência, dedico o poema “O Vampiro” de Charles Baudelaire; Tu que, como uma punhalada entrou em meu coração triste; Tu que, forte como manada de demônios, louco surgiste, para em meu espírito humilhado encontrar o leito e o ascendente infame a que eu estou atado, tal como forçada à corrente; Como ao baralho o jogador, como à garrafa o borrachão, como os vermes a podridão. - Maldito sejas! Implorei ao punhal veloz que me concedesse a alforria, disse ao veneno atroz que me amparasse à covardia. Ah! Pobre... O veneno e o punhal, disseram-me de ar zombeteiro: "Ninguém te livrará afinal de teu maldito cativeiro. Ah! imbecil - de teu retiro se te livrássemos um dia, teu beijo ressuscitaria o cadáver de teu vampiro!”
Mentiras camufladas, amores vulgares, desejos insanos e covardias sangram minha alma. E então, é em você que eu continuo pensando! Eu queria saber; seu amor vai me salvar? Estou sempre sentindo sua falta, queria correr até te alcançar e até que tenha ido “les fleurs du mal”... Não quero deixar que você seja como todos eles! Você segura a chave de uma porta aberta, e eu me pergunto; Será que eu vou ser livre? Irá salvar-me dos demônios escuro da minha alma? Irá combater o mal plantado aqui dentro, antes que ele seja fatal?
Toda minha vida eu estive esperando por este perfume que irá me abster dessa dor. Eu perdi meu caminho e agora, será que você vai me ajudar a ser livre? Mas, você é um estranho que desaparece e sinto que vou cair novamente... Só me sinto segura nos poucos segundos em que segura minha mão. Sinto que começa minha viagem para casa, pois o amor chega a mim antes do trem. Faz-me voltar para onde meu coração era leve, para o passado onde meu travesseiro era um navio que navegava pela noite, aconchegando a inocência dos meus sonhos. Essa viagem para casa nunca é tarde demais, quando há braços abertos que estão à espera... Eu quero sentir-me do jeito que era lá no passado, e é você quem me fez entender que a viagem para casa nunca é tarde demais... Ela é a principal esperança de curar a dor mais profunda. Por intermédio do seu amor meu coração pode chegar antes do trem, em segurança... É você quem me fez saber que sou linda, que posso ignorar o que me tornei. Fez-me tomar posse de mim outra vez... Eu posso sentir-te aqui como um anjo amigo, e em meus pensamentos mais íntimos, serei por ti, compreendida. Alguns vidros aqui dentro foram quebrados, mas em você eu confio todos os meus sorrisos, todos os meus segredos guardados nesta casa de pedra, onde prenderam minha inocência... E, eu te amo como a mulher que não sou mais, te amo tão louca, te amo como se fosse meu guardião, como um lobo, um rei... Eu te amo assim, como o único que vai dessa prisão, salvar-me!!

domingo, 8 de maio de 2011

Amei um Desconhecido!

Não sei exatamente como esse amor chegou... Se quando lia suas belas palavras, se por ouvir em alguns instantes sua voz... Não sei! Talvez tenha sido só fantasia do meu coração carente. Era tão especial quando me chamava de LINDA, tão real parecia o seu sentimento... Deixei-me prender na suavidade das suas doces palavras. Era a expectativa dos meus anseios... Ele alimentava meu ego e eu me nutria de falsas promessas, até entender; o homem que eu amei era ilusão criada em meus devaneios, era o meu coração que explodia em desejos de alcançar-lhe e tocar-lhe... A verdade é que o homem que amei, nunca o toquei e só existiu dentro do meu querer... O sonho foi meu! Eu o vi através da vitrine da minha imaginação, mas era de vidro o sonho do qual me falou, e quebrou-se... Estilhaçou-se em cacos minhas fantasias, quebrou-se o encanto, a magia... Partiu-se em mil pedacinhos meu coração...!
Resisti muito a aceitar que amei um estranho que não é, e nem nunca foi, especial. Tive que desconstruí-lo... Reconheço que fui seduzida por uma fantasia, que me deixei confundir, que o meu desejo de amar foi mais forte do que EU. Dediquei um sentimento nobre e verdadeiro a um homem que nem chegou a existir, tudo não passou de uma representação... Talvez até não tenha sido por mal, pode ser que ele nem conheça a si mesmo...
E o que restou foi a mais dilacerante dor, não por eu ser desimportante para esse ser amado, mas a dor de abandonar esse amor que senti... De esvaziar-me por dentro, de dizer adeus a uma sensação de valor inestimável... Esse amor já fazia parte de mim, entranhou-se até a alma. Como é difícil, como dói deixá-lo partir de dentro de mim e admitir que este homem se transformou em fantasma da minha imaginação, uma miragem nebulosa que confundiu minha visão inocente e pura!

quinta-feira, 28 de abril de 2011

À minha amiga Carol...

À minha amiga Carol, as palavras em destaque;
"Era uma vez... Numa terra muito distante... Uma princesa linda, independente e cheia de auto-estima. Ela se deparou com uma rã enquanto contemplava a natureza e pensava em como o maravilhoso lago do seu castelo era relaxante e ecológico... Então, a rã pulou para o seu colo e disse: linda princesa, eu já fui um príncipe muito bonito. Uma bruxa má lançou-me um encanto e transformei-me nesta rã asquerosa. Um beijo teu, no entanto, há de me transformar de novo num belo príncipe e poderemos casar e constituir um lar feliz no teu lindo castelo. A tua mãe poderia vir morar conosco e tu poderias preparar o meu jantar, lavar as minhas roupas, criar os nossos filhos e seríamos felizes para sempre... Naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã sautée, acompanhadas de um cremoso molho acebolado e de um finíssimo vinho branco, a princesa sorria, pensando consigo mesma:
- Eu, hein?... Nem morta!"
                                                                                                          (Luís Fernando Veríssimo)

PRINCESA LINDA
MARAVILHOSO LAGO DO SEU CASTELO
BELO PRÍNCIPE
LINDO CASTELO
SAUTÉE
CREMOSO MOLHO
FINÍSSIMO VINHO BRANCO!
Com base neste texto, que já bem a define, as palavras em destaque me fazem “construir” você doce amiga...
As pessoas pensam... Você sonha!
Pensar é ter cérebro, já sonhar é ter na fronte uma auréola...
As pessoas é um oceano... Você é um lago!
O oceano tem a pérola que embeleza... Mas, o lago tem a poesia que deslumbra!
As outras é a águia que voa... Você o beija-flor que flutua!
Voar é dominar o espaço, flutuar é encantar a alma...
As pessoas têm um farol: a consciência... Você tem uma estrela: a esperança!
O farol guia a esperança salva...
Enfim, você é a Beleza, o Sonho, o Encanto, Os mistérios: princesas, príncipes, castelos, vinhos, o bom paladar, a elegância, o chique... Os homens estão colocados onde termina a terra... Já você, onde começa o céu!!!
É assim minha amiga...
Mulher de verdade, não a Amélia de alguém! Ela é linda, ela é forte!!!

terça-feira, 26 de abril de 2011

Quando o amor adoece!!!

Hoje irei escrever sobre o ÓDIO... Esse estranho sentimento, que muitas vezes povoa meu ser... O ódio, a meu ver, nada mais é do que o avesso do amor... É como uma “casca que caí do corpo”... Como se o amor virasse uma ferida... Um sentimento que foi rejeitado...
Busco não me conectar com esse ódio que sinto, eu o coloco como um sentimento exterior ao meu Eu. Ao amor digo sim! Já o ódio está “recortado” de forma tal que não há possibilidade de passar do avesso ao direito nem do direito ao avesso. “O que eu sinto e o que eu assumo que sinto” estão separados, como o direito e o avesso sem que eu possa percorrer os dois lados em continuidade. E isso é a antítese amar/odiar como uma única expressão da transformação de uma pulsão em seu contrário... O amor e o ódio, não raro, comparecem juntos, mesmo sendo uma antítese do outro! Entendo que o ódio, enquanto relação com o objeto amado existe antes do amor, sendo manifestado por intermédio do desprezo do outro e da repulsa primitiva por parte do EU em relação ao mundo exterior... Este incansável emissor de estímulos... O mundo externo!!!
Medito sobre esses acontecimentos...
Quando um verdadeiro amor desemboca no ódio numa dimensão tão real, nele, o amor se aproxima da morte, numa dialética muitas vezes impossível de suportar. É preciso ser firme para fazer o amor ir alem das “aparências do ser”... O amor deve SER não mais como paixão, mas como um “dom ativo”. O amor visa o outro, não na sua especificidade, mas no seu SER... Escrevo sobre essa dialética, não com o intuito de buscar uma verdade absoluta, e sim, por buscar a verdade concreta de cada sensação observada em mim, na configuração de minhas vivencias que é definida e articulada por eu mesma, “artista de minha própria história”. Para encontrar a minha verdade, parto de minha própria experiência de vida. No caminho conduzido pela minha intuição e razão, por minhas vivências, sensações e valores... Vou acrescentando novos elementos à composição VIDA, diferenciando-os e reajustando-os... Ao final, tenho à minha frente uma “imagem / conceito” que consiste na última de muitas sínteses anteriores... E, por mais que eu tente repetir uma composição, seguindo passo a passo as etapas de sua elaboração, nunca poderei obter o mesmo resultado... Não importa quantas vezes amei, sempre será novo cada sentimento, cada nova história de amor... Certamente existem muitos que vêem o ódio de forma diferente, da qual coloco aqui, porém minha intenção é refletir, entender sobre as sensações dúbias que permeia meu coração, ora amo, ora odeio o mesmo sujeito causador dessas sensações... Como é possível transitar por esses sentimentos “opostos” e paralelos, senti-los ao mesmo tempo? O ódio, tal como o amor nesse caso, parece se alimentar com as menores coisas dentro de mim... Assim como sei, a pessoa amada não pode me fazer nenhum mal, a mesma pessoa odiada não pode me fazer nenhum bem... Sinto-me pequena ao odiar... Tenho consciência que só o amor afirma, e que ele fica pequeno em face do ódio, então nego veementemente esse sentimento, pois só o amor me salva e me faz chegar à essencial verdade... Que o amor, em mim, sempre vença!!!

sexta-feira, 22 de abril de 2011

O Amor não pode se perder...

O Amor é uma alma feliz, uma mágica divina... Porém, eis que agora me remete à idéia o que Nietzsche chamou de “Humano, demasiado humano”, quando no Amor aprofundamos demais e quando compreendemos sua totalidade, raramente lhe permanecemos fiéis para sempre. Esquecemos rápido que é o Amor, justamente, o que leva luz à profundeza da alma. Hoje o que vemos são os homens fazerem do Amor um painel de esboços imperfeito e fragmentado, em lugar de tentar produzir uma imagem completa. A fragilidade que o “mundo moderno”, de certa forma, impôs aos relacionamentos humanos me entristece. Apaixona-se e desapaixona-se... As pessoas atrelam amor à cultura consumista. Hoje, amar é como um passeio no shopping, visto que, tal como outros bens de consumo, ele, o Amor, deve ser consumido instantaneamente. O que não percebem é que o sentimento do imediatismo oferece conseqüências graves... Ora, o Amor na vida do ser humano não deve, não pode ser como mais um “(im) perfeito” produto oferecido pelo mercado!!!
Em minhas leituras, li uma vez a seguinte frase; "a magia do amor está em ignorar que ele possa terminar". É uma frase extraordinária, porque quem não está apaixonado fala que todas as histórias de amor acabam mal! Mas essas mesmas pessoas uma vez apaixonadas, recusam que o amor possa ter fim, acreditam que pode ser eterno... E isso é mágico!!
O amor humano pode até ser um “amor de dor”, mas a paixão amorosa não pode ser encarada como um mero produto a mais, como uma espécie de enfermidade da alma... O Amor deve ser assim absoluto e partilhado todo. Porque a grandeza do Amor está na impossibilidade de catalogá-lo, cristalizá-lo, defini-lo... Ele está sempre “além de onde o colocamos”. E ele não é vitória, é descoberta! É a profunda afinidade inexplicável. O Amor é mais que definido... É colorido, é poetizado. Só quem vive o Amor em sua essência conhece o alvoroço existencial que ele causa, a deliciosa inquietação que ele promove, o alargamento espiritual que dele resulta. O encantamento que nos torna pretensiosos e inadvertidos poetas da simplicidade... Só o Amor torna-nos puros, e livra-nos do “Humano, demasiado humano”, porque ele diviniza-nos!!!

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Angústia!!!

É a angústia que me dá a possibilidade e me prepara para a fé, pois é através da fé que a angústia me ensina a descansar... Portanto, busco ter a coragem de, através da fé, pôr-me em relação com o Divino. Contudo, sei que é preciso despir-me das idéias e pensamentos pré-concebidos e voltar-me ao essencial que reside no âmago de meu ser, para que o encontro com o divino seja possível... Neste momento, quando consigo me desvencilhar de todo o emaranhado de conceitos ilusórios que me prendem à “pseudo-realidade”, me encontro só perante a eu mesma, estou nua diante de todo o Universo; neste momento, há apenas eu e minha fé...

Voltando-me para dentro de mim própria encontro a possibilidade de liberdade. A existência passa a ser o reino da liberdade e se apresenta como uma infinita possibilidade... Esta situação de complexidade da existência está repleta de possibilidades em mim, o que implica minhas responsabilidades é o que me leva a uma espécie de vertigem espiritual.A angústia existencial então, é o resultado de uma experiência interior, é quando eu me deparo com as ilimitadas possibilidades da minha própria liberdade... Limitadas, porém possível LIBERDADE!!!

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Uma boa poesia!

Gosto dessa poetisa (Marta Medeiros). Suas poesias são simples e cotidianas, e por isso mesmo, tão próximas de nós. Essa que posto aqui, em especial, me chama atenção por ter um sentido muito "perto" do que eu sinto!
















"Eu sou feito de
Sonhos interronpidos
detalhes despercebidos
amores mal resolvidos


Sou feito de
Choros sem ter razão
pessoas no coração
atos por impulsão


Sinto falta de
Lugares que não conheci
experiências que não vivi
momentos que já esqueci


Eu sou
Amor e carinho constante
distraída até o bastante
não paro por um instante


Tive noites mal dormidas
perdi pessoas muito queridas
cumpri coisas não prometidas


Muitas vezes eu
Desisti sem mesmo tentar
pensei em fugir, para nao enfrentar
sorri para não chorar


Eu sinto pelas
Coisas que não mudei
amizades que não cultivei
aquele que eu julguei
coisas que eu falei


Tenho saudade
De pessoas que fui conhecendo
lembranças que fui esquecendo
amigos que acabei perdendo
Mas continuo vivendo e aprendendo" (Marta Medeiros)


segunda-feira, 18 de abril de 2011

Já conheci um príncipe encantado!

Aos 17 anos, em minha mais plena inocência, apaixonei-me por um príncipe. Sim, sem poemas, sem flores, sem cavalo branco, mas um príncipe. Começamos a namorar, ele era o moço mais bonito e cobiçado da cidade e eu nem acreditava que estava comigo. Era um relacionamento baseado no meu encantamento e timidez... E ele tinha o olhar mais doce que já conheci... Foram os três meses mais felizes da minha vida!
Uma noite... Uma noite em que eu quis que fosse especial. Vesti-me especialmente para ele, não sabia direito como, nem de que forma agir, só tinha consciência que queria ser dele. Ainda lembro a cor das minúsculas flores estampadas no meu vestido. Da leveza do tecido que valorizava meus seios virgens... Estava especialmente linda, radiante... Ao vê-lo pude perceber sua admiração, ao abraçá-lo senti seu desejo... Mas, nos olhos havia um ar triste que me trouxe preocupação a noite toda... Ele estava distante e me tratava como uma boneca frágil... Eu não entendia...
Ao me levar para casa ouvi as palavras mais tristes que já ouvi até hoje, tamanha a profundidade de sentido que estas tiveram sobre mim... Disse-me que estava de partida no dia seguinte, e que não ia me prometer nada, estava dizendo adeus para sempre. Não iria me deixar endereço, nem telefone, nem iria dizer que voltaria, porque não voltaria! Senti o desespero tomar conta de mim, as lagrimas caírem incontroláveis... Quis uma promessa, jurei esperá-lo por toda vida, se preciso fosse... Porém, recordo a firmeza de suas palavras, o seu gesto segurando meu rosto entre as mãos... Disse-me para eu continuar sendo aquela menina doce, e não permitir jamais alguém me magoar... Que ele preferia ver-me chorar a sofrer as cruéis dúvidas da espera... Suas palavras até hoje ressoam em minha mente, pois elas me ensinaram valores que carrego para a vida toda... Verdades, a maior dignidade de um homem!
Chorei sua ausência por semanas, meses, anos... Minhas amigas o julgaram cruel... Eu não! Ele é até hoje minha lembrança mais pura, mais verdadeira! Não importa que ele não tenha me amado como eu o amei... Importa a dignidade de sua postura... Importa que ele não manchou a pureza dos meus sentimentos; soube respeitar o amor que lhe dediquei, soube preservar a admiração imensa que eu sentia... Soube deixar o melhor dele em mim... Soube ser a minha mais doce lembrança! E, por isso digo: eu já conheci um príncipe encantado!
 E agora, mesmo depois de tantos desencontros, tantas mentiras, tantas decepções... Eu ainda, lá no fundo, acredito que em algum lugar, em algum canto deve haver ainda os príncipes encantados. Não, não desisto! Que seja por um dia, uma hora, ou anos, mas que venham príncipes, que venha amor, que venha encanto. E viva os príncipes realmente encantados e os que permanecem fiéis aos sonhos e ainda acreditam no amor, e em todo o seu encanto, momentâneo ou eterno, mas encanto!

domingo, 17 de abril de 2011

Nascer é difícil...

Não imaginei que nascer fosse tão comprido! Continuo “nascendo” todos os dias: em cada recomeço, após cada decepção de um sonho desfeito. Em cada dúvida que coloca em prova minha força interior. Sinto-me morrendo e revivendo todo instante... E em cada nascer, vejo em mim uma nova forma. Percebo que assim como um espelho, meu reflexo mostra as inúmeras nuances do que está imortalizado em minha alma. Virginia Woolf, uma de minhas escritoras preferida, neste texto descreve: “No entanto, de fora, o espelho refletia a mesa do salão, os girassóis, as flores batidas de sol, o caminho do jardim, de forma tão exata e tão estável que eles pareciam presos à sua realidade inescapável. O contraste era estranho - aqui, tudo em mutação, lá tudo em calmaria. Impossível deixar de olhar de um para o outro”. Realidades externas e internas se mesclam, e é assim que me constituo. E o que me faz nascer, mover, reconstruir-me é meu mutável mundo interno.
Em minha realidade externa procuro tão limitadamente mostrar minha inteligência, mas é comum esconder minha sensibilidade. Fui “cobrada” a ser forte, e só agora estou entendendo que ser forte mesmo é ter consciências de nossas fraquezas. É ter coragem para ser sensível às emoções que vem de dentro do coração. É arriscar-se a entender o mundo com a sensibilidade da alma.
Então compreendi que cada ser se manifesta de uma forma. Que a riqueza da Vida está neste todo mágico do universo que somos nós. E, assim como as folhas e as flores possuem cada qual sua forma, porém todas guardam uma semelhança por serem vegetais. Assim, nós em nossa complexidade e simplicidade pertencemos a esse Universo magnífico, generoso e simples... Simples em suas formas! Temos cada um a sua, que mesmo diferente é parte do Todo!
Quero dividir aqui minhas experiências internas que me deu forma. E quem sabe nessas exposições de emoções encontrar-me ligada a muitos, que assim como eu tenha a percepção de que fazemos parte, somos parte dessa vida que pulsa em cada canto. Que somos um instrumento perfeito para nossas descobertas, equipado com capacidade de pensamento, de sentimento, capaz de emoções, de deduções... Que somos co-criadores da realidade. Principalmente da realidade interna, que se reflete no Macro...
A conquista da liberdade interior me faz capaz de agir em cada momento buscando o melhor para mim e para o outro. É a verdade encontrada no íntimo de minha alma a realidade em sua essência, e esta, liberta-me dos medos e inseguranças... É em meu interior que busco criar uma realidade encantadora, e que ela possa se manifestar plenamente com a beleza que brota de dentro de mim, me proporcionando a compreensão tão almejada.

sábado, 16 de abril de 2011

Memórias de mim...

Escrever em palavras as memórias presentes, como forma de dominar e rasgar o silêncio. Na verdade, minhas palavras devem acentuar o silêncio que viveu estampado em meu interior por tanto tempo!
Não é que não gosto do silêncio, pelo contrário, é no silêncio que procuro sentido no mais profundo de mim. E ele também é o imenso espaço interior onde a presença do Amor procura a minha própria presença. Amo o silêncio assim como Gonçalves Dias descreve nesses versos; “Como se ama o calor e a luz querida, a harmonia, o frescor, os sons, os céus, silêncios e cores, perfumes e vida, os pais e a pátria e a virtude e a Deus”.
Sempre fugi dos “mundos cheios de lógica”. O mundo real me choca, porém a obrigação de estar inserida nele fez-me fechar meu mundo secreto... Hoje recorro a esses escritos, sem pretensão de ser escritora, só quero por instantes usar minha expressão, poder exteriorizar minhas memórias que, por vezes, são abafadas e sucumbidas frente à gigantesca força da Realidade. Aqui vou deixar de ser única, e vou resgatar meus muitos “eus”. Capturar de mim as essências, as lembranças, os cheiros e fragrâncias, as cores... Serei mutações e detalhes, detalhes de cada um EU em mim.
Eu sei que será sempre de silêncio que “cobrirei a nudez difícil das horas” em que o desespero me vence. E será sempre de “ilusões floridas” que “cobrirei meu rosto” para salvar-me da crueldade dos dias. Porém aqui, buscarei serenamente livrar-me das “farpas” do meu passado, e do presente destino!

Se você se deitar comigo...

É só mais uma noite e eu estou encarando a lua, vejo uma estrela cadente e penso em você. Há uma ligação entre as belezas do mundo e voc...