segunda-feira, 18 de abril de 2011

Já conheci um príncipe encantado!

Aos 17 anos, em minha mais plena inocência, apaixonei-me por um príncipe. Sim, sem poemas, sem flores, sem cavalo branco, mas um príncipe. Começamos a namorar, ele era o moço mais bonito e cobiçado da cidade e eu nem acreditava que estava comigo. Era um relacionamento baseado no meu encantamento e timidez... E ele tinha o olhar mais doce que já conheci... Foram os três meses mais felizes da minha vida!
Uma noite... Uma noite em que eu quis que fosse especial. Vesti-me especialmente para ele, não sabia direito como, nem de que forma agir, só tinha consciência que queria ser dele. Ainda lembro a cor das minúsculas flores estampadas no meu vestido. Da leveza do tecido que valorizava meus seios virgens... Estava especialmente linda, radiante... Ao vê-lo pude perceber sua admiração, ao abraçá-lo senti seu desejo... Mas, nos olhos havia um ar triste que me trouxe preocupação a noite toda... Ele estava distante e me tratava como uma boneca frágil... Eu não entendia...
Ao me levar para casa ouvi as palavras mais tristes que já ouvi até hoje, tamanha a profundidade de sentido que estas tiveram sobre mim... Disse-me que estava de partida no dia seguinte, e que não ia me prometer nada, estava dizendo adeus para sempre. Não iria me deixar endereço, nem telefone, nem iria dizer que voltaria, porque não voltaria! Senti o desespero tomar conta de mim, as lagrimas caírem incontroláveis... Quis uma promessa, jurei esperá-lo por toda vida, se preciso fosse... Porém, recordo a firmeza de suas palavras, o seu gesto segurando meu rosto entre as mãos... Disse-me para eu continuar sendo aquela menina doce, e não permitir jamais alguém me magoar... Que ele preferia ver-me chorar a sofrer as cruéis dúvidas da espera... Suas palavras até hoje ressoam em minha mente, pois elas me ensinaram valores que carrego para a vida toda... Verdades, a maior dignidade de um homem!
Chorei sua ausência por semanas, meses, anos... Minhas amigas o julgaram cruel... Eu não! Ele é até hoje minha lembrança mais pura, mais verdadeira! Não importa que ele não tenha me amado como eu o amei... Importa a dignidade de sua postura... Importa que ele não manchou a pureza dos meus sentimentos; soube respeitar o amor que lhe dediquei, soube preservar a admiração imensa que eu sentia... Soube deixar o melhor dele em mim... Soube ser a minha mais doce lembrança! E, por isso digo: eu já conheci um príncipe encantado!
 E agora, mesmo depois de tantos desencontros, tantas mentiras, tantas decepções... Eu ainda, lá no fundo, acredito que em algum lugar, em algum canto deve haver ainda os príncipes encantados. Não, não desisto! Que seja por um dia, uma hora, ou anos, mas que venham príncipes, que venha amor, que venha encanto. E viva os príncipes realmente encantados e os que permanecem fiéis aos sonhos e ainda acreditam no amor, e em todo o seu encanto, momentâneo ou eterno, mas encanto!

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