quinta-feira, 21 de abril de 2011

Angústia!!!

É a angústia que me dá a possibilidade e me prepara para a fé, pois é através da fé que a angústia me ensina a descansar... Portanto, busco ter a coragem de, através da fé, pôr-me em relação com o Divino. Contudo, sei que é preciso despir-me das idéias e pensamentos pré-concebidos e voltar-me ao essencial que reside no âmago de meu ser, para que o encontro com o divino seja possível... Neste momento, quando consigo me desvencilhar de todo o emaranhado de conceitos ilusórios que me prendem à “pseudo-realidade”, me encontro só perante a eu mesma, estou nua diante de todo o Universo; neste momento, há apenas eu e minha fé...

Voltando-me para dentro de mim própria encontro a possibilidade de liberdade. A existência passa a ser o reino da liberdade e se apresenta como uma infinita possibilidade... Esta situação de complexidade da existência está repleta de possibilidades em mim, o que implica minhas responsabilidades é o que me leva a uma espécie de vertigem espiritual.A angústia existencial então, é o resultado de uma experiência interior, é quando eu me deparo com as ilimitadas possibilidades da minha própria liberdade... Limitadas, porém possível LIBERDADE!!!

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Uma boa poesia!

Gosto dessa poetisa (Marta Medeiros). Suas poesias são simples e cotidianas, e por isso mesmo, tão próximas de nós. Essa que posto aqui, em especial, me chama atenção por ter um sentido muito "perto" do que eu sinto!
















"Eu sou feito de
Sonhos interronpidos
detalhes despercebidos
amores mal resolvidos


Sou feito de
Choros sem ter razão
pessoas no coração
atos por impulsão


Sinto falta de
Lugares que não conheci
experiências que não vivi
momentos que já esqueci


Eu sou
Amor e carinho constante
distraída até o bastante
não paro por um instante


Tive noites mal dormidas
perdi pessoas muito queridas
cumpri coisas não prometidas


Muitas vezes eu
Desisti sem mesmo tentar
pensei em fugir, para nao enfrentar
sorri para não chorar


Eu sinto pelas
Coisas que não mudei
amizades que não cultivei
aquele que eu julguei
coisas que eu falei


Tenho saudade
De pessoas que fui conhecendo
lembranças que fui esquecendo
amigos que acabei perdendo
Mas continuo vivendo e aprendendo" (Marta Medeiros)


segunda-feira, 18 de abril de 2011

Já conheci um príncipe encantado!

Aos 17 anos, em minha mais plena inocência, apaixonei-me por um príncipe. Sim, sem poemas, sem flores, sem cavalo branco, mas um príncipe. Começamos a namorar, ele era o moço mais bonito e cobiçado da cidade e eu nem acreditava que estava comigo. Era um relacionamento baseado no meu encantamento e timidez... E ele tinha o olhar mais doce que já conheci... Foram os três meses mais felizes da minha vida!
Uma noite... Uma noite em que eu quis que fosse especial. Vesti-me especialmente para ele, não sabia direito como, nem de que forma agir, só tinha consciência que queria ser dele. Ainda lembro a cor das minúsculas flores estampadas no meu vestido. Da leveza do tecido que valorizava meus seios virgens... Estava especialmente linda, radiante... Ao vê-lo pude perceber sua admiração, ao abraçá-lo senti seu desejo... Mas, nos olhos havia um ar triste que me trouxe preocupação a noite toda... Ele estava distante e me tratava como uma boneca frágil... Eu não entendia...
Ao me levar para casa ouvi as palavras mais tristes que já ouvi até hoje, tamanha a profundidade de sentido que estas tiveram sobre mim... Disse-me que estava de partida no dia seguinte, e que não ia me prometer nada, estava dizendo adeus para sempre. Não iria me deixar endereço, nem telefone, nem iria dizer que voltaria, porque não voltaria! Senti o desespero tomar conta de mim, as lagrimas caírem incontroláveis... Quis uma promessa, jurei esperá-lo por toda vida, se preciso fosse... Porém, recordo a firmeza de suas palavras, o seu gesto segurando meu rosto entre as mãos... Disse-me para eu continuar sendo aquela menina doce, e não permitir jamais alguém me magoar... Que ele preferia ver-me chorar a sofrer as cruéis dúvidas da espera... Suas palavras até hoje ressoam em minha mente, pois elas me ensinaram valores que carrego para a vida toda... Verdades, a maior dignidade de um homem!
Chorei sua ausência por semanas, meses, anos... Minhas amigas o julgaram cruel... Eu não! Ele é até hoje minha lembrança mais pura, mais verdadeira! Não importa que ele não tenha me amado como eu o amei... Importa a dignidade de sua postura... Importa que ele não manchou a pureza dos meus sentimentos; soube respeitar o amor que lhe dediquei, soube preservar a admiração imensa que eu sentia... Soube deixar o melhor dele em mim... Soube ser a minha mais doce lembrança! E, por isso digo: eu já conheci um príncipe encantado!
 E agora, mesmo depois de tantos desencontros, tantas mentiras, tantas decepções... Eu ainda, lá no fundo, acredito que em algum lugar, em algum canto deve haver ainda os príncipes encantados. Não, não desisto! Que seja por um dia, uma hora, ou anos, mas que venham príncipes, que venha amor, que venha encanto. E viva os príncipes realmente encantados e os que permanecem fiéis aos sonhos e ainda acreditam no amor, e em todo o seu encanto, momentâneo ou eterno, mas encanto!

domingo, 17 de abril de 2011

Nascer é difícil...

Não imaginei que nascer fosse tão comprido! Continuo “nascendo” todos os dias: em cada recomeço, após cada decepção de um sonho desfeito. Em cada dúvida que coloca em prova minha força interior. Sinto-me morrendo e revivendo todo instante... E em cada nascer, vejo em mim uma nova forma. Percebo que assim como um espelho, meu reflexo mostra as inúmeras nuances do que está imortalizado em minha alma. Virginia Woolf, uma de minhas escritoras preferida, neste texto descreve: “No entanto, de fora, o espelho refletia a mesa do salão, os girassóis, as flores batidas de sol, o caminho do jardim, de forma tão exata e tão estável que eles pareciam presos à sua realidade inescapável. O contraste era estranho - aqui, tudo em mutação, lá tudo em calmaria. Impossível deixar de olhar de um para o outro”. Realidades externas e internas se mesclam, e é assim que me constituo. E o que me faz nascer, mover, reconstruir-me é meu mutável mundo interno.
Em minha realidade externa procuro tão limitadamente mostrar minha inteligência, mas é comum esconder minha sensibilidade. Fui “cobrada” a ser forte, e só agora estou entendendo que ser forte mesmo é ter consciências de nossas fraquezas. É ter coragem para ser sensível às emoções que vem de dentro do coração. É arriscar-se a entender o mundo com a sensibilidade da alma.
Então compreendi que cada ser se manifesta de uma forma. Que a riqueza da Vida está neste todo mágico do universo que somos nós. E, assim como as folhas e as flores possuem cada qual sua forma, porém todas guardam uma semelhança por serem vegetais. Assim, nós em nossa complexidade e simplicidade pertencemos a esse Universo magnífico, generoso e simples... Simples em suas formas! Temos cada um a sua, que mesmo diferente é parte do Todo!
Quero dividir aqui minhas experiências internas que me deu forma. E quem sabe nessas exposições de emoções encontrar-me ligada a muitos, que assim como eu tenha a percepção de que fazemos parte, somos parte dessa vida que pulsa em cada canto. Que somos um instrumento perfeito para nossas descobertas, equipado com capacidade de pensamento, de sentimento, capaz de emoções, de deduções... Que somos co-criadores da realidade. Principalmente da realidade interna, que se reflete no Macro...
A conquista da liberdade interior me faz capaz de agir em cada momento buscando o melhor para mim e para o outro. É a verdade encontrada no íntimo de minha alma a realidade em sua essência, e esta, liberta-me dos medos e inseguranças... É em meu interior que busco criar uma realidade encantadora, e que ela possa se manifestar plenamente com a beleza que brota de dentro de mim, me proporcionando a compreensão tão almejada.

sábado, 16 de abril de 2011

Memórias de mim...

Escrever em palavras as memórias presentes, como forma de dominar e rasgar o silêncio. Na verdade, minhas palavras devem acentuar o silêncio que viveu estampado em meu interior por tanto tempo!
Não é que não gosto do silêncio, pelo contrário, é no silêncio que procuro sentido no mais profundo de mim. E ele também é o imenso espaço interior onde a presença do Amor procura a minha própria presença. Amo o silêncio assim como Gonçalves Dias descreve nesses versos; “Como se ama o calor e a luz querida, a harmonia, o frescor, os sons, os céus, silêncios e cores, perfumes e vida, os pais e a pátria e a virtude e a Deus”.
Sempre fugi dos “mundos cheios de lógica”. O mundo real me choca, porém a obrigação de estar inserida nele fez-me fechar meu mundo secreto... Hoje recorro a esses escritos, sem pretensão de ser escritora, só quero por instantes usar minha expressão, poder exteriorizar minhas memórias que, por vezes, são abafadas e sucumbidas frente à gigantesca força da Realidade. Aqui vou deixar de ser única, e vou resgatar meus muitos “eus”. Capturar de mim as essências, as lembranças, os cheiros e fragrâncias, as cores... Serei mutações e detalhes, detalhes de cada um EU em mim.
Eu sei que será sempre de silêncio que “cobrirei a nudez difícil das horas” em que o desespero me vence. E será sempre de “ilusões floridas” que “cobrirei meu rosto” para salvar-me da crueldade dos dias. Porém aqui, buscarei serenamente livrar-me das “farpas” do meu passado, e do presente destino!

Se você se deitar comigo...

É só mais uma noite e eu estou encarando a lua, vejo uma estrela cadente e penso em você. Há uma ligação entre as belezas do mundo e voc...