sexta-feira, 20 de abril de 2012

A luz da manhã

Acordei para ver você em pé na luz da manhã. Queria tocá-lo... Mas, tudo o que vejo é uma memória, e ainda assim, sinto que você está perto. Minha visão não é clara, no entanto, tenho a sua imagem sempre em vista. Estou sempre pensando em você e sinto-o me observando tranquilamente... E quando fecho os olhos encontro alguma paz de espírito em saber que você está me cuidando. Conforto-me que você não tenha mais que continuar vivendo em um mundo cheio de dor. E sofro todas as vezes que tento vê-lo novamente em alguém.
Em dias de chuva ​​sento a pensar em meus anos perdidos. O tempo em que passamos separados apenas enchem meus olhos de lágrimas. Porém, os campos de flores selvagens e as borboletas amarelas lembra-me você e me faz sorrir, porque você anda em minha sala e fica lá na luz da manhã.
Guardo as lembranças em meu intimo, e posso sentir o seu perfume no ar que respiro. Toda essa realidade a minha volta faz sua perda difícil de suportar. Procuro ver você em todos os lugares. E agora vivo na escuta de um mundo paralelo à luz da manhã...
Distante ouço uma voz familiar em meio ao som das minhas lágrimas que diz; “estou bem, você vê? Serei sempre seu!”.
Não sei seu nome, vejo-o como linhas sem traços. Desejo-o para acalmar a chuva do meu desespero. Meu coração amoroso, sem essa presença misteriosa fica perdido no escuro. Sinto que minha flor murcha entre as páginas do meu livro chamado Vida.
Trilho meu caminho presa num passado de outra vida. Durmo com o anjo que não revela seu verdadeiro nome. Oh como eu o desejo!! Daria meu tudo para vê-lo velejando para casa... Esse amor é tão cheio de fogo, é como uma ponte que me leva a um lugar seguro... Esperá-lo é minha arte do compromisso, com certeza, esse amor foi a nossa maior força por anos, séculos... E por isso espero-o todos os dias a luz da manhã!!

terça-feira, 27 de março de 2012

AS VOZES...


Assim que saí em uma manhã, no mês de setembro, a primavera cobrindo os jardins de flores, descuidadamente fiz-me perdida em devaneios. Ouvi uma jovem, em sua tristeza reclamar o seu amante ausente. A fúria do desengano cintilava em seu olhar. Corajosamente me aproximei dela, uma criatura encantadora, e indaguei; o que faz aqui? A jovem, respondeu;
 - Procuro um homem infiel que viaja as margens de seu egoísmo, um homem falso que invadiu meu caminho e fez meu oceano, que antes era cristalino e calmo, se tornar selvagem. Ele está cruzando esse oceano agora, sinto-o entrando e se espalhando em minhas veias, entranhas e ir até a alma. Deleita-se em meu peito destruído. E nenhum homem na terra conseguirá de suas mãos, tirar o meu coração. Estou condenada a vagar pelos bosques e vales solitária. A estrela dos meus sonhos vi caindo nas profundezas da escuridão!
Sua doce voz era como orações suaves, como pétalas ao amanhecer, e enquanto ouvia, parecia tão claro, que tão calmamente estava me chamando para algum lugar, e a quietude era tal como as dunas no deserto. Jamais senti antes, uma voz que parecia me puxar, puxar, puxar... De repente uma outra voz se sobrepôs, e questionou; meu coração, minha alma, encontrará a paz lá? Silêncio...
Num lampejo despertei-me completamente. A voz que eu ouvia era traiçoeira, não podia ser uma oração, era melodiosa, mas amarga!
Voltei meus olhos agora despertos, a primavera ainda estava ali; as rosas, os perfumes, a suavidade da brisa... Firmei meu olhar, e a vi indo, indo...
Sei que em algum lugar da minha memória essa jovem estará oculta, sua imagem turva sempre flutuará diante dos meus olhos, todas as vezes que lembrar o homem que roubou-me a paz.
Mas, os dias de sol e as noites perfumadas dar-me-ão a inexplicável vontade de dançar até o nascer do sol seguinte. Eu posso ver luzes à distância, tremendo no manto escuro da noite. Posso acender as velas e lanternas, posso viver dançando, dançando a valsa dos meus eternos sonhos. Pois eles, esse homem cruel, não roubou! E o vento esta cheio de mil vozes, entre elas a do meu anjo, que diz;
- E se você se atreve a chorar, sempre estarei contigo...

domingo, 18 de dezembro de 2011

PERGUNTAS INCOMODAM!!!

Há muito percebo que os questionamentos trazem desconforto. Vivi-se uma era democrática, um momento histórico, em que há uma avalanche de informações ao acesso de todos, porém, as perguntas incomodam. Observo que as indagações estão cada vez mais presas no silêncio das respostas não dadas. A sociedade caiu num marasmo estático, que assusta!
Questionar e investigar o que é pressuposto, ou simplesmente dado, exige coragem. Por isso, costuma-se dizer que as perguntas, são mais importantes do que as respostas. Mas, onde estão as perguntas?
Buscam-se respostas para tudo; em análises psiquiátricas, em psicologias variadas, em livros de auto-ajuda, em casas esotéricas, em religiões diversas, etc. No entanto, perguntar “o que” cada coisa, ou o valor, ou a idéia, é, não faz parte do cotidiano da grande maioria. Perguntar qual é a realidade, ou a natureza e qual é a significação de alguma coisa, não importando qual a resposta, mas sim, indagar qual é a estrutura e quais são as relações que constituem uma coisa, uma idéia ou um valor. Buscar o dom do questionamento para não ser enquadrado no mínino espaço de uma resposta.
As perguntas incomodam porque se deve saber pela origem ou pela causa, adentrando, muitas das vezes, ao nosso próprio pensamento, interrogando-se a si mesmo.  Indagar como é possível o próprio pensamento. Refletir como adquirimos conhecimentos, ou se sabemos realmente aquilo que supomos saber. Por isso que, perguntar transtorna, pois você reconhece a própria ignorância.  A afirmação “só sei que nada sei” só pode ser feita por alguém que já exerceu uma autocrítica, que já se debruçou sobre as bases de seus conhecimentos e os avaliou de modo adequado, e por isso questiona!  

domingo, 11 de dezembro de 2011

É PRECISO RETIRAR-SE!!

E se acreditarem que estou com medo, é falso! Eu só dei férias a meu coração um tanto quanto cansado. E se disserem que é errado... Esperarei!
Vou respirar um pouco do sopro do meu silencio, este que me impulsiona para dentro da alma. Caminharei pelo vale da minha mente, andarei sobre as águas do meu mar e armarei a grande vela que desliza sob o vento.
Farei com que meu coração deixe a terra opressora. Vou encontrar minha estrela e a seguir por um instante... E se acharem que não amarei mais, direi; é apenas uma pausa, uma trégua depois dos perigos em que me expus.
Se questionarem sobre meu esquecimento; escute e abra os braços para os ventos da noite, feche os olhos e minha brisa tocará seu rosto. Irei invocar toda a magia, estarei nessa linha tênue que encobre o mundo real, e onde criaturas presentes permanecem ocultas. Buscarei o equilíbrio e resgatarei a minha sagrada unidade. Encontrarei a paz, através do misterioso silencio que me envolve como uma névoa de prata. Revolverei a terra do meu coração, ativando sua fertilidade. Uma gotícula de água pura espalhará em forma de cascata, resgatando-me o ânimo. Um fogo sagrado expulsará os tolos tormentos do meu caminho. Os segredos da mente se revelarão como num transe ascendente. Somente alguns percebem e poucos entendem o torvelinho que nos envolve nesse instante. O silencio faz com que a magia solta ao vento, adentra os corações, despertam emoções adormecidas e jamais esquecidas. Faz com que a semente do amor traga novas lições, germinando uma era de esperanças renovadas.
Fugir para esse abençoado universo paralelo e sagrado, onde tudo é uma simples questão de tempo, é meu objetivo. Vou alinhar-me aos eternos campos verdes e ao céu anil, ficar muito além do tempo e da ilusão. Uma vez mais, renascer nas águas cristalinas da fonte sagrada que purifica meu coração.

domingo, 20 de novembro de 2011

O estigma da alma.

Os sinais são percebidos pelo meu consciente; há algo de extraordinário ou mau sobre a minha existência. Esses sinais parecem feitos com cortes ou com fogo em minha alma, e avisa; sou uma escrava, uma criminosa, uma traidora. Uma pessoa marcada, ritualmente poluída, que deve ser evitada. Ironicamente esses sinais fazem-me admirada, e não obstante, às vezes, divina. Tomam a forma de flores em erupção sobre minha pele. Mas, esses sinais são mais evidentes à própria desgraça do meu coração partido, que sempre cai no rio amargo da desilusão.  Minha alma solitária se afasta para o mar. Coloco minhas apostas e, em seguida, pago o preço. São tantas coisas que faço por amor!
A comunicação entre eu e o mundo é o problema para as respostas que tanto busco. O tempo vira todas as páginas e já não sei onde escrever minha história. Ando na chuva e na neve, pois não há lugar para o calor. Sinto que uma parte de mim está morrendo, e procuro uma resposta nos olhos das pessoas. Sinto-me rastejando no chão em busca de um compromisso, certamente, ajudaria se eu encontrasse verdades nas coisas que faço por amor.
Uma alma estigmatizada aflige como lepra. Esse estigma é escrupulosamente invisível e conhecido só por mim que o possui. Sei que minha estrada me levará adiante tanto quanto eu poder ser. Mas, as pistas são sinuosas, cheias de montanhas e curvas. Pergunto-me; onde será que todas essas desventuras me levam? Mas, já sei a verdade, não há nenhum final de jornada, a viagem continua... E meu coração sonha; ele brilha onde ele está, e quanto mais eu penso nele, quanto mais eu penso; se eu o tivesse agora, voltaria a ser como antes de todos esses sinais, que marcaram minha alma...


domingo, 13 de novembro de 2011

Já chorei o suficiente!!

Saio ao acaso outra vez; a luz do sol enche meu horizonte. Não estou aqui por minha conta, há uma força maior que me leva para longe, a paixão entra pela porta do coração outra vez. Todas as minhas lágrimas foram congeladas, após estes anos nesta dor, meu coração foi finalmente recolhido para bater um pouco mais rápido. Agora que sinto o despertar, não olho para trás mais. Estou misteriosamente em pé do lado bom da minha alma, e toda lembrança é apenas momento. A tristeza vai desaparecendo e é por paixão que eu me apaixonei. Não irei reescrever uma história, nem reinventar, nem reviver amor algum, isso parece insano. Quero o novo. E como poderia sentir pena pelo erro que tantas vezes cometi? A luz que vem de dentro é mais forte do que eu, e já chorei o suficiente pelo tempo precioso que perdi. Aprendi que sem paixão as coisas ficam muito difíceis, e que não posso me arrepender de senti-la, apesar de a maioria dos meus sonhos serem uma bagunça; o que não me mata, de fato me ensina. A vida é um grande jogo de xadrez, e embora eu acredite no futuro, e tenho também em mente todo o passado, estou vivendo no presente. Não me importo com o resto.
O que me move é o êxtase, a euforia, a apreensão, os dias inquietos, as noites insones... Este envolvimento é tão forte e invasivo que, sei, pode me levar a ignorar algumas obrigações cotidianas, além de me induzi a fazer sacrifícios e a tomar decisões radicais. Por essa razão, e pelo ardor do desejo, ela, a paixão, sempre foi considerada, por muitos, perigosa, mas não é para mim!
Tanto porque, como enxergar o caminho sem essa luz? Não serei como poetas que cantam o amor feliz, harmonioso e tranqüilo. Sei que o romance só passa a existir, unicamente, onde o amor é fatal, proscrito, condenado... O que fascina são as provas, os obstáculos, as proibições, pois essas são as condições da paixão.
Só um coração forte, sabe que o desejo e o sofrimento fazem-nos sentir vivo, proporcionando muitas surpresas.
Então eu sei, necessito-o não como é no real, mas como instrumento que torna possível viver uma paixão ardente. Gosto é de ser envolvida por sentimento intenso, e que por ele anseio, apesar de fazer sofrer. Não preciso da sua presença, mas da sua ausência, porque sei minha paixão acaba logo, porque já chorei o suficiente!

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Sempre há vida dentro.

Ouço sons como tambores distantes. Percebo a batida do meu coração pulsando baixo, vindo de dentro à pulsação de um coração perturbado que ainda não conheceu a paz. A escura noite parece envenenar a piscina da liberdade. O mundo real se tornou uma ferramenta, um opressor que fere.
Quero fugir, caminhar pelos montes, para onde minha fantasia é livre. Quero permanecer nos picos da ilusão que tocam o céu, e nas rochas dos sonhos que encontram o mar, na imaginação onde os rios correm livres e a água é dourada pelo sol que aquece minha alma.
Mas, permaneço. Meu coração é forte e me guia. Aprendi a fazer meus ouvidos crescerem surdos para as palavras vazias, pois há vida somente dentro. Fecho os olhos para agitação da realidade, e um silêncio quebra o grito. Meu coração conturbado acalma, me elevo como se voasse acima desta terra. A minha estrada sempre me leva adiante, porque meu mundo interior transporta-me para além das tempestades. Qualquer que seja meu medo, a jornada por onde ando, continua a medida que meu amor se aproxima do divino que há aqui dentro.

Se você se deitar comigo...

É só mais uma noite e eu estou encarando a lua, vejo uma estrela cadente e penso em você. Há uma ligação entre as belezas do mundo e voc...